domingo, 28 de fevereiro de 2010

O segredo da caixa preta


19.02.10 às 03h02 > Atualizado em 19.02.10 às 09h41.

O segredo da caixa preta
Trinta pessoas se escondiam atrás da comissão de frente da Tijuca. Três times de bailarinas se revezavam
POR NATALIA VON KORSCH

Rio - A imensa caixa preta que seguia a encantadora comissão de frente da Unidos da Tijuca era um movimentadíssimo — e quente — vestiário. As seis ‘assistentes’ dos mágicos que trocavam de roupa várias vezes num piscar de olhos saíam de um time de 18 mulheres selecionadas e treinadas à exaustão pelo casal Priscila Mota e Rodrigo Negri.

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Priscila e Rodrigo dentro da caixa preta: tripé era um vestiário coberto por cortinas de veludo onde 12 ‘reservas’ esperavam a vez de entrar na Avenida. Mais 18 pessoas foram lá dentro Foto: André Mourão / Agência O DIA.Cada um dos três ‘sextetos’ se apresentou duas vezes ao longo da Avenida. O truque para que ninguém desconfiasse da troca estava na cara. A gigante de cosméticos MAC enviou nove maquiadoras com a missão de deixar as 18 ‘assistentes’ praticamente idênticas.

“Elas estavam irreconhecíveis, iguaizinhas, até hoje eu olho o vídeo e não consigo saber quem é quem. As maquiadoras usaram produtos especiais para afinar os narizes, tornar os olhos e sobrancelhas semelhantes e outros truques para que as peles ficassem do mesmo tom”, disse Priscila.

Dentro da caixa se escondiam 30 pessoas: as 12 ‘assistentes’ no ‘banco de reservas’, quatro figurinistas para auxiliar na troca e preparação das sigilosíssimas roupas e 14 empurradores. Todos só podiam trabalhar dentro do vestiário, de 63 metros quadrados e feito de ferro, madeira e veludo.

Priscila e Rodrigo testaram mais de 40 mulheres — entre dançarinas, atrizes e artistas de musicais — antes de escolher o grupo que deu o show de ilusionismo. “Além do talento, era importante que tivessem mais ou menos a mesma altura e peso”, disse a coreógrafa.

>> FOTOGALERIA: Veja fotos da campeã do Carnaval 2010

>> FOTOGALERIA: Veja a festa da vitória da Tijuca

Há três anos na Tijuca, o casal aproveita as férias do corpo de baile do Teatro Municipal para se dedicar ao Carnaval. Segunda-feira, eles voltam à labuta no teatro, mas por enquanto saboreiam o gostinho do sucesso da comissão nota 50, segundo os jurados que assistiram à performance na Sapucaí.

“É estranho porque todo mundo liga parabenizando, mas logo depois pede pra gente revelar o segredo. Quase ninguém sabe e não pretendemos contar tão cedo. Até o pessoal na rua já reconhece a gente e não consegue segurar a curiosidade”, conta Rodrigo, que segue as ordens do ‘chefe’ Paulo Barros de não entregar o ouro e ‘estragar a magia’: “Nós temos medo de ferir alguma ética dos ilusionistas. Eu até acho que a solução encontrada pela gente não é igual, mas o resultado final é o mesmo”.

Mãe de coreógrafa ajudou a empurrar o ‘vestiário’

Considerados o grande mistério do Carnaval — bem no clima do enredo levado à Avenida pela Tijuca, “É Segredo!” —, os vestidos de malha de liganete usados pela comissão ficaram por pelo menos duas semanas à vista de todos que visitaram o barracão da escola, expostos na sala de reunião. Mas, desde domingo, as peças estão guardadas a sete-chaves em um local a que nem mesmo a dupla de coreógrafos tem acesso.

No dia do desfile, as peças foram levadas para um hotel no Centro, onde os bailarinos ficaram concentrados desde o meio-dia, em quatro quartos. Apenas a maquiagem das meninas levou seis horas para ficar pronta.

As chaves dos quartos, em outro mistério que levou os funcionários do hotel à loucura, sumiram e só apareceram de madrugada. Elas estavam nos bolsos da mãe de Priscila, a aposentada Jussara Mota, uma das 30 pessoas na caixa preta — a maioria voluntários — que ajudaram a organizar e empurrar o tripé pela Avenida: “Estava um calor de mais de 50 graus lá dentro e nem conseguimos ver a apresentação, já que não tinha um buraquinho sequer. Mas sabíamos que tinha dado tudo certo quando ouvimos as palmas na arquibancada”.

Mágica da comissão de frente custou R$ 200 mil

Levar a comissão de frente mais inventiva de todos os tempos à Avenida custou caro: cerca de R$ 200 mil e muito tempo. Foram três meses desde que Paulo Barros teve a ideia, assistindo a um vídeo na Internet, até descobrir como colocá-la em prática. Outros quatro meses foram necessários para fazer o protótipo do vestido ‘muitas faces’, com tecidos e cores testados exaustivamente até se chegar ao modelo que encantou o público no Sambódromo.

Os ensaios, que só foram realizados com a fantasia cerca de um mês antes do desfile, começavam por volta das 5h na Cidade do Samba ou na Sapucaí, desde que não houvesse ninguém assistindo além do pessoal autorizado pela Tijuca. Até o papel prata picado que encerrava o número e levantou as arquibancadas foi cortado e testado pelos próprios coreógrafos, que gastaram 80kg do material durante a apresentação, 36 dos 52 sacos disponíveis.

De tecido, mais de mil metros foram gastos, com os vestidos e os seis panos vermelhos de 5 metros que faziam parte da apresentação. Tudo foi comprado e confeccionado a mais para o caso de algo dar errado ou se a chuva surgisse para atrapalhar o desfile. Como tudo saiu bem, o material será usado amanhã.

fonte o dia na folia

FOTOS DO DESFILE DA UNIDOS DA TIJUCA














































Laíla diz que mudou de opinião sobre o trabalho de Paulo Barros

17.02.10 às 19h39.

Laíla diz que mudou de opinião sobre o trabalho de Paulo Barros
POR RAPHAEL AZEVEDO

Rio - Diretor de Carnaval da Beija-Flor, Laíla deixou a Sapucaí após o resultado com o semblante de tranquilidade e elogiou o carnavalesco Paulo Barros. "A Tijuca mereceu o título e acabou ganhando o campeonato justamente no quesito que o público aclamou na Avenida, que foi a comissão de frente".

Ao comentar o desfile da Tijuca, o veterano sambista revelou que mudou de opinião sobre o trabalho de Paulo Barros. "Ele se aprimorou e acho que melhorou bastante. Quando ele só colocava gente em cima dos carros eu não gostava do trabalho dele. Agora ele aprendeu. As fantasias melhoraram". Sobre o terceiro lugar da azul-e-branco, o dirigente preferiu não lamentar. "Carnaval é assim mesmo. Ano que vem a gente volta melhor", disse Laíla.


fonte: O dia na folia

A Sapucaí do futuro, para um jovem carnavalesco


20.02.10 às 23h44.

A Sapucaí do futuro, para um jovem carnavalesco
Dono da ideia que inspirou Paulo Barros a criar o enredo vencedor da Unidos da Tijuca, Vinícius Ferraz já desenha e sonha com formas de encantar o público na Avenida

Rio - Como será o amanhã? Responda quem puder sobre o futuro do Carnaval. A imaginação dos carnavalescos, que ousam na elaboração dos enredos abusando da tecnologia, abre alas para uma questão intrigante: como serão os desfiles das escolas de samba nas próximas décadas? As respostas podem estar na cabeça de gente que vai fazer o Carnaval no futuro, mas que já interfere com sucesso no presente.

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Vinícius, ‘sócio’ de Paulo Barros, quer ser carnavalesco e mostra alguns dos figurinos que projetou Foto: Deisi Rezende / Agência O Dia.Dono da ideia — enviada pelo Orkut — que deu o campeonato deste ano à Tijuca, o estudante Vinícius Ferraz, 15 anos, é um entusiasta dos futuros carnavais. Não é para menos. O lugar onde ele deseja estar, daqui a 15 anos, é um barracão, para pôr o talento a serviço da fábrica de ilusões.

“Os desfiles serão altamente tecnológicos e quero usar isso como carnavalesco”, diz o jovem, que já coleciona em sua casa, em Niterói, croquis de alegorias e fantasias que criou, algumas já com detalhes hi-tech, apesar de o futuro artista da folia preferir temas históricos. “Daqui a uns cinco anos os carros de todas as escolas já deverão ter só lâmpadas LED. Consomem menos energia e não poluem. É a solução ecológica que todos vão querer”, aposta.

Campeão com a dica de Vinicius e apontado por muitos como revolucionário, Paulo Barros diz que a tecnologia será aliada importante, principalmente para dar soluções mais eficientes aos movimentos das alegorias. “Mas não aposto em muitas mudanças nas escolas para a modernidade, mas para a diversidade”, pondera Barros, que enxerga até a possibilidade de um dia a vibração nas arquibancadas ser julgada para dar ou tirar pontos. “Só não sei de que forma esse quesito seria acrescentado”.



O historiador Marcos Roza, que neste ano trabalhou pesquisando os enredos da Mangueira e Imperatriz, tem dois temores com os carnavais do futuro: o ritmo acelerado das baterias e a “robotização” das alas, imposta pelo rigor excessivo dos diretores de harmonia. “As pessoas estão marchando sem liberdade pro samba no pé. E não conseguimos mais ouvir todos os instrumentos, tem que haver um limite máximo dos batimentos por minuto da bateria. O regulamento de quem organiza o Carnaval precisa ser modificado para corrigir essas questões”, frisa.


fonte: site o dia na folia

Criado no ninho da Beija-Flor


20.02.10 às 02h05 > Atualizado em 20.02.10 às 03h37.

Criado no ninho da Beija-Flor
Pais do carnavalesco Paulo Barros contam que a família toda, de Nilópolis, ‘virou a casaca’ para torcer e acompanhar a carreira do bem-sucedido filho na elite do Carnaval carioca
POR FRANCISCO EDSON ALVES

Rio - Quarta-feira de Cinzas, final de tarde no Centro de Nilópolis. Enquanto toda a vizinhança assistia à apuração de votos pela TV e torcia pela Beija-Flor, o engenheiro aposentado Valdir Braga, 75 anos, e a mulher, Celina Barros Braga, 69, cruzavam os dedos pela Unidos da Tijuca. A razão da ‘virada de casaca’, já que a família sempre foi ligada à Azul e Branca da Baixada Fluminense, está no sangue: eles são pais de Paulo Barros, 47, carnavalesco que conquistou o título deste ano pela agremiação da Zona Norte do Rio. “Meus pais são tietes de carteirinha”, entrega Paulo.
Agência O Dia
“Paulo e nossos outros três filhos (Vera Lúcia, 50, Elizabeth, 48, e Marco Antônio, 45) cresceram no ‘quintal’ da Beija-Flor. Até hoje frequentamos a quadra, mas onde Paulo estiver atuando, nossos corações vão estar com ele”, justifica Valdir. O casal não esconde o orgulho. “Por muito tempo nós e Paulo ficamos engasgados com o grito de campeão, principalmente em 2004, quando a Tijuca perdeu para a Beija-Flor por oito décimos, e em 2005, novamente para a Beija-Flor, por só um décimo”, lembra Celina.

COMEMORAÇÃO EM FAMÍLIA

Só ontem, Valdir e Celina puderam, emocionados, cumprimentar o filho, no barracão da escola na Cidade do Samba. “Paulo mora em Itaipu, Niterói, e nos últimos dias ficou só por conta de entrevistas”, comentou Valdir, que tem desfilado com Celina pelas ruas de Nilópolis usando camisas personalizadas com o enredo ‘É segredo!’, da Unidos da Tijuca.

Além dos pais, as irmãs Elizabeth e Vera e os sobrinho Vitor Hugo e Ìsis foram ao barracão conhecer os bastidores da vitória e observar os reparos nas alegorias da campeã.

Casados há 52 anos, Valdir e Celina entregam ‘segredos’ de infância do mago do Carnaval carioca: o filho se apaixonou pela folia quando era menino. “Ainda pequeno, ele gostava de desenhar e fazer ele próprio suas fantasias. Aos 14 anos, já desfilava pela Beija-Flor. Depois, conheceu Joãosinho Trinta e passou a despontar na confecção de alegorias e figurinos. Sempre demos apoio, pois sabíamos que o Carnaval estava em sua veia”, lembra Celina.


O filho chegou a cursar Arquitetura, mas preferiu ser comissário de bordo. “Depois de 17 anos voando, abandonou a profissão para se dedicar exclusivamente ao Carnaval. No começo, ficamos meio apreensivos, porque a carreira nos ares parecia mesmo promissora. Mas, como ele teria que se mudar para Nova York, concordamos. E não nos arrependemos”, diz Valdir.

De aviador a campeão do Carnaval

Em 1993, depois de Paulo ter sido dono de loja de CDs e sócio de restaurante em Botafogo, foi convidado para fazer os figurinos da escola Vizinha Faladeira e não parou. “A vitória deste ano o consagra como um dos maiores gênios da Sapucaí, embora alguns críticos ainda insistam em contestar suas ideias ousadas e inovadoras”, defende a mãe.

Após passar por outras escolas do Acesso além da Vizinha, como Arranco e Paraíso do Tuiuti, Paulo Barros fez sua estreia no Grupo Especial em 2004, justamente pela Tijuca. Em dois anos, ele mudou a história da agremiação, ajudando-a a conquistar dois vices. Três anos depois, o carnavalesco passou a defender a Viradouro, para, então, voltar a atuar pela Tijuca.

Ontem, Paulo levou a família inteira à festa da vitória na Cidade do Samba. São Clemente e Tijuca comemoraram os títulos do Grupo de Acesso e Especial no Pagode das Campeãs, que recebeu cerca de 500 pessoas. Com portões abertos, a festa teve até chope e churrasquinho de graça. Mestres-salas e porta-bandeiras das escolas se apresentaram.

A emoção do ‘mafioso’ da Tijuca na passarela da paz

Um dos pontos altos do desfile, a performance da bateria da Unidos da Tijuca, vai emocionar duplamente um dos integrantes hoje. O vendedor de roupas Pedro Chagas, 29 anos, era um dos oito ‘mafiosos’ que desfilavam no corredor aberto pelos ritmistas. De sua arma, disparava a palavra ‘paz’, atingindo em cheio o público que se deliciava com a apresentação apoteótica da escola.

Morador do Borel, casa da escola campeã, ele conta os dias para que a paz do Carnaval reine também na sua vizinhança. A comunidade, onde moram 20 mil pessoas, é a próxima a receber uma Unidade de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), com 391 recrutas.

“Ser portador de uma mensagem de paz para o mundo inteiro, ainda por cima sendo morador de um bairro tão carente de segurança pública, é muito gratificante. Quando cheguei em casa depois do desfile, vizinhos e parentes me abraçaram calorosamente”, contou Chagas, caçula de seis irmãos.

O vendedor conta que manteve o segredo de seu personagem, como pedia o enredo da escola: “Nem os outros componentes da ala e a Adriane Galisteu, a rainha da bateria, conheciam quem seriam os personagens”. Segundo Pedro, ela chorou com o truque. “Na dispersão, Galisteu disse: ‘Gente, que surpresa maravilhosa! Vocês quase me mataram do coração com tanta emoção”, relembra Chagas

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Coreógrafo da Tijuca sentiu que tudo daria certo com a reação do Setor 1


Coreógrafo da Tijuca sentiu que tudo daria certo com a reação do Setor 1
Isaac Ismar Carnavalesco 26/02/2010 17:08
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A sensação do carnaval 2010, não há como negar, foi a comissão de frente da Unidos da Tijuca. Os jurados do Estrela do Carnaval, prêmio oferecido pelo SRZD-Carnavalesco, sabiamente perceberam o impacto e elegeram o grupo coreografado por Rodrigo Negri e Priscila Motta como a melhor comissão de frente do Grupo Especial. A dupla está na agremiação há três carnavais, mesma quantidade de anos que vive junta.

- Ficamos muito honrados com o prêmio, pois é oferecido por um site especializado em carnaval e isso é bacana. Os componentes também ficaram felizes. Acreditamos que a vitória faz justiça. Foram quatro meses de pesquisas até o descobrimento do truque. Depois disso, dois meses de treinamento durante seis horas por dia - relembrou Rodrigo.

A certeza de que o trabalho agradaria ao público e jurados aconteceu apenas momentos antes do início do desfile, quando a comissão de frente se apresentou ao Setor 1, as arquibancadas populares do Sambódromo. As pessoas ovacionaram a exibição, que surpreendeu a todos.

- A expectativa sobre o trabalho era enorme. Quando percebemos a reação do Setor 1, senti que a coreografia e os truques estavam agradando. Foi o termômetro. Dali em diante sabia que daria certo. Mas, ao longo do processo de treinamento, tememos por algo errado, pois era arriscado. No final valeu a pena. Passamos sem nenhum erro. A comissão de frente da Unidos da Tijuca precisava de algo forte, porque as notas no ano passado não foram tão boas - contou.

Antes de assumir a comissão de frente da azul-e-amarela, ele trabalhou como assistente de outros coreógrafos na Marquês de Sapucaí, como Marcelo Misailidis e Sérgio Lobato. Rodrigo é bailarino do Theatro Municipal do Rio de Janeiro há 12 anos. Priscila tem sete anos na casa.



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Carnaval 2010: Tijuca é a campeã do carnaval. Viradouro cai


Carnaval 2010: Tijuca é a campeã do carnaval. Viradouro cai
O Carnaval Carioca (17/02/2010)
> Após 74 anos, a Unidos da Tijuca se sagra campeã do carnaval carioca. Com um desfile animado e uma comissão de frente mágica, a apresentação também marcou o amadurecimento profissional do ousado carnavalesco Paulo Barros, que melhorou muito no uso de materiais e acabamento das fantasias e alegorias. O enredo da azul-e-amarela foi "É segredo" e animou a Sapucaí no domingo de carnaval, outro fato raro na história do Sambódromo. Desde 2006 (com o campeonato da Vila Isabel), uma escola de domingo não vencia.

O vice-campeonato ficou com a Grande Rio, seguida da Beija-Flor, Vila Isabel e Salgueiro. Quem também volta no Sábado das Campeãs é a Mangueira, que ficou em sexto e vai abrir a noite.

Em sétimo veio a Mocidade. Quem cai é a Viradouro, que fez um desfile sobre o México. Confira o resultado final:

1 - Tijuca - 299,9 pontos;
2 - Grande Rio - 299,4 pontos;
3 - Beija-Flor - 299,2 pontos;
4 - Vila Isabel - 298,1 pontos;
5 - Salgueiro - 297,9 pontos;
6 - Mangueira - 297,6 pontos;
7 - Mocidade - 296,1 pontos;
8 - Imperatriz - 295,8 pontos;
9 - Portela - 295,2 pontos;
10 - Porto da Pedra - 294 pontos;
11 - União da Ilha - 293,8 pontos;
12 - Viradouro - 290,5 pontos.


FONTE: http://www.ocarnavalcarioca.com.br/

Artigo: Vitória põe Unidos da Tijuca no centro do Carnaval

19.02.10 às 10h13
Artigo: Vitória põe Unidos da Tijuca no centro do Carnaval
A vitória da Unidos da Tijuca é histórica menos por romper o longo jejum de títulos da escola do que por marcar, 34 anos depois da Beija-Flor, a consagração de um novo estilo de fazer carnaval. Faz seis anos que Paulo Barros pôs-se na vanguarda do carnaval. Enquanto suas inovações eram paulatinamente copiadas, ele mudou de escola, tropeçou em alguns momentos, teve sua criatividade questionada. Faltava-lhe o título, a consagração oficial. De volta a Unidos da Tijuca, finalmente o conseguiu. Com isso, leva a escola, pela primeira vez em seus quase 80 anos de existência, a uma posição de centralidade no carnaval do Rio.

Há semelhanças entre a Beija-Flor de 1976 e a Unidos Tijuca de 2010. A escola de Nilópolis era pequena e sem qualquer força capaz de fazê-la ameaçar as quatro grandes – Mangueira, Portela, Salgueiro e Império. A Tijuca da última década e meia não pode ser chamada de pequena, e esteve, em vários anos, entre as primeiras colocadas – mas era uma escola de porte médio, sem apelo popular. Estar entre as seis primeiras colocadas era sua maior aspiração. A vitória em 1936, por remeter a um período incipiente, formador dos desfiles das escolas de samba, não está no imaginário contemporâneo, nem serviu para alavancar-lhe poder e hegemonia à época.

Há diferenças, também. A Beija-Flor de 1976 tirou do Salgueiro o bicampeão Joãosinho Trinta. Ele engrandeceu o desfile, verticalizou-o, tornou-o luxuoso, feérico; Paulo Barros substituiu o luxo clássico pelo elemento humano, não só incorporando-o à alegoria, mas fazendo-o alegoria. Levou elementos de linguagem não carnavalizada ao desfile.

Nisso está a grande dúvida sobre este momento do carnaval. Joãosinho Trinta fez uma revolução dentre de cânones já estabelecidos, tornando mais fácil sua assimilação. O estilo Paulo Barros, por iconoclasta, é muito personalista. Por isso, é mais difícil de ser copiado explicitamente por outros carnavalescos?

Nos comentários que fiz para a rádio Band News FM, disse que os jurados, tradicionalmente conservadores, poderiam impedir mais uma vitória de Paulo Barros. As notas máximas dadas a quesitos que lhe eram o Calcanhar de Aquiles - Alegorias e Adereços, Enredo e Fantasia -, e as notas baixas desses mesmos quesitos dados aos carnavalescos tradicionais, mostraram que os jurados aceitaram a inovação. Não havia mais resistência; logo, o padrão novo estava oficialmente consagrado, a par da consagração popular. A campeã moral era, finalmente, a campeã oficial. Podia beber o chope e dar a volta olímpica.

O êxito de Paulo Barros não deve exacerbar a dicotomia entre o tradicional e o moderno. Ele soube juntá-los muito bem este ano, como nunca fizera. Esmerou-se na confecção das fantasias e no acabamento das alegorias carnavalescas.

Há dois anos, por ocasião da polêmica do carro do Holocausto – lembram-se? -, escrevi que ele era o novo Joãosinho Trinta do carnaval. Tacharam-me de exagerado; faltava-lhe o título, claro. Ele veio. Resta saber se seu estilo permanecerá só dele ou contaminará todas as escolas. O carnaval de 2011 promete.

SITE : SRZD

CAROL CRESPO MUSA DO CALDEIRÃO!

Publicada em 04/02/10 às 07:56

Representante da Unidos da Tijuca vence concurso do 'Caldeirão do Huck'


UNIDOS DA TIJUCA
Por Fábio Silva

Carol Crespo (foto), representante da Unidos da Tijuca, venceu o concurso Musa do Carnaval 2010, que vai ao ar no "Caldeirão do Huck" do próximo sábado.

A morena disputou com outras 11 candidatas que representavam as escolas de samba do Grupo Especial do Rio.

A final do concurso vai ao ar neste sábado.

As informações são da coluna Retratos da Vida, do Jornal Extra.



Paulo Barros recusa premiação Estrela do Carnaval

Publicada em 24/02/10 às 16:46

Paulo Barros recusa premiação Estrela do Carnaval


UNIDOS DA TIJUCA
Galeria do Samba

O carnavalesco da Unidos da Tijuca, Paulo Barros, escolhido pelo júri do Troféu Estrela do Carnaval como melhor carnavalesco de 2010, não estará presente na festa de entrega da premiação.

Em mensagem enviada ao jornalista Sidney Rezende, editor do site SRZD-Carnavalesco, organizador da premiação, e divulgada pelo próprio carnavalesco, Paulo Barros informa que sua presença no evento seria uma contradição.

"Por que premiar como melhor carnavalesco o responsável pelo desfile que foi objeto de crítica publicada no próprio site?", justifica Paulo Barros. "Críticas sempre foram e continuarão sendo bem-vindas. E, exatamente por respeitá-las, não ficaria à vontade em estar, ao lado dos demais agraciados, recebendo a premiação.", completa.

O Troféu Estrela do Carnaval, entregue aos melhores do carnaval, selecionados por júri formado por colunistas e repórteres do site SZRD-Carnavalesco, será entregue no próximo domingo.


SITE: SRZD

Jardineiros fiéis deram vida ao carro da Tijuca


20.02.10 às 01h58
Jardineiros fiéis deram vida ao carro da Tijuca
Casal de paisagistas cuidou das 5 mil plantas que adornaram a alegoria ‘Jardins Suspensos da Babilônia’ no enredo criado pelo carnavalesco Paulo Barros para a escola
POR NATALIA VON KORSCH
Rio - Conhecido como o pai das alegorias humanas, Paulo Barros bem que poderia ter o título ampliado, depois deste Carnaval, para pai das alegorias vivas. Afinal, o carro ‘Jardins Suspensos da Babilônia’ inovou na Avenida ao levar 5 mil plantas de verdade em sua estrutura. Mas, se foi do carnavalesco da Unidos da Tijuca a ideia de rechear o carro com vida, a responsabilidade de decorá-lo, selecionar e cuidar das plantas foi do casal de paisagistas Renato e Ana Magalhães.


Paisagistas Renato e Ana são os responsáveis pela escolha e pelo cuidado com as 5 mil plantas naturais Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia
Donos de dois quiosques de flores na Zona Sul do Rio e de uma empresa que faz paisagismo em eventos, os dois estrearam no Carnaval com o pé direito e a bênção do mago. “Eu sou o pai do carro, mas quem cuida do ‘bebê’ são eles, que desde o primeiro dia dão carinho, água e todo cuidado necessário para manter as plantas vivas e bonitas”, disse Paulo. Na madrugada deste domingo, após o desfile da escola do Borel, dois caminhões sairão diretamente da Sapucaí carregando todas as plantas. Um seguirá para os quiosques do casal, outro será doado para moradores da comunidade.

As 18 espécies que serão vistas hoje novamente na Avenida foram selecionadas pessoalmente pelo casal, que percorreu o País para encontrá-las. São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul são alguns dos estados originais das plantas. Entre os critérios de seleção, além da beleza, estava a força da planta para resistir ao calor de mais de 40 graus do barracão durante os 15 dias em que permaneceriam lá. Todos os dias, pelo menos 14 pessoas eram destacadas para a Cidade do Samba para regá-las, em operação que gastava mais de dois mil litros de água por dia, e levar as flores que necessitassem de sol para fora.
>> FOTOGALERIA: Veja fotos da campeã do Carnaval 2010
>> FOTOGALERIA: Veja a festa da vitória da Tijuca
Mas a maior dificuldade foi no dia do desfile, quando o carro só ficou pronto após a queima de fogos anunciando o início do espetáculo. Por causa da altura de algumas espécies que ficam no terceiro andar da alegoria, elas tiveram de ser colocadas depois de o carro passar pelo viaduto da Avenida Presidente Vargas. “Nós estamos acostumados a fazer festas de 15 anos, casamentos, bodas. Nunca tínhamos feito um trabalho desse porte. Foi muito sacrificante, um desafio enorme, mas valeu a pena quando vimos a cara de espanto do público no Sambódromo, de queixo caído com tamanha beleza”, disse Ana. O maridão confirma o sentimento de dever cumprido: “Nós não apenas estreamos com o pé direito no Carnaval, mas também entramos para a História”.
http://odia.terra.com.br/portal/odianafolia/html/2010/2/jardineiros_fieis_deram_vida_ao_carro_da_tijuca_65258.html

Laíla diz que mudou de opinião sobre o trabalho de Paulo Barros

17.02.10 às 19h39

Laíla diz que mudou de opinião sobre o trabalho de Paulo Barros
POR RAPHAEL AZEVEDO
Rio - Diretor de Carnaval da Beija-Flor, Laíla deixou a Sapucaí após o resultado com o semblante de tranquilidade e elogiou o carnavalesco Paulo Barros. "A Tijuca mereceu o título e acabou ganhando o campeonato justamente no quesito que o público aclamou na Avenida, que foi a comissão de frente".

Ao comentar o desfile da Tijuca, o veterano sambista revelou que mudou de opinião sobre o trabalho de Paulo Barros. "Ele se aprimorou e acho que melhorou bastante. Quando ele só colocava gente em cima dos carros eu não gostava do trabalho dele. Agora ele aprendeu. As fantasias melhoraram". Sobre o terceiro lugar da azul-e-branco, o dirigente preferiu não lamentar. "Carnaval é assim mesmo. Ano que vem a gente volta melhor", disse Laíla.

http://odia.terra.com.br/portal/odianafolia/html/2010/2/laila_diz_que_mudou_de_opiniao_sobre_o_trabalho_de_paulo_barros_64781.html

Título do Carnaval 2010 faz Unidos da Tijuca mudar letra de samba exaltação

Título do Carnaval 2010 faz Unidos da Tijuca mudar letra de samba exaltação
Isaac Ismar Carnavalesco 21/02/2010 23:00
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O samba de exaltação da Unidos da Tijuca, "O Dia Vai Chegar", passou por pequenas mudanças na letra após o título da escola, tão esperado por mais de 70 anos. Outras modificações devem acontecer até o início das eliminatórias de samba-enredo. Com a alteração, o hino agora passa a ser cantado da seguinte forma: "O dia já chegou".

Segundo Mestre Casagrande, diretor de bateria da agremiação, a novidade aconteceu na última sexta-feira em uma parceria de Bruno Ribas, intérprete da escola, e Júlio Alves, compositor autor da obra.

Confira a letra antiga:

O dia vai chegar
Nem vou tentar conter a emoção
Vou me esconder pra ver, comemorar
Aquele mais humilde folião
Hei de lembrar então
Do Baluarte que já nos deixou
e a ele vou erguer o pavilhão
AMARELO-OURO E AZUL-PAVÃO

Nas cinzas da quarta-feira que não vai acabar
Gira a porta-bandeira
O morro desce a cantar
Chora a velha baiana
Couro manchado em vermelho
Na raça tijucana
O amor mais puro e verdadeiro

TIJUCA!
FAZ ESSE MEU SONHO ACONTECER
DESFILA TEU CANTO DE AMOR E LUTA (BIS)
CHEGOU A NOSSA HORA DE VENCER

Quadra da Unidos da Tijuca é pura euforia após fim de jejum de 74 anos


Quadra da Unidos da Tijuca é pura euforia após fim de jejum de 74 anos
Geissa Evaristo Carnavalesco 17/02/2010 17:59
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Confirmado o que até mesmo quem não torce pela Unidos da Tijuca estava esperando, o título. A escola do Borel causou a mesma impressão aos jurados, e conquistou o carnaval carioca depois de 74 anos. Na quadra, a euforia já tomou conta. Torcedores lotam o local para festejar. Com 299,9 pontos, a agremiação desbancou favoritas como Grande Rio, Beija-Flor, Vila Isabel e Mangueira.

A quadra ficou lotada de gente, e as pessoas mal conseguiam andar. O bar demorou para abrir e diferentemente da tradição da escola que ganha o carnaval, não houve bebida distribuida para os torcedores, embora uma cervejaria tenha fechado patrocínio com a agremiação e inclusive já tenha fixado um pôster de Campeã 2010 com a marca da parceria para a quadra da escola. Antes disso, camelôs vendiam bebidas no interior da quadra.

A animação durante a transmissão da apuração, ficou por conta dos intérpretes auxiliares do carro de som e da bateria da agremiação, que entoavam vários hinos exclusivos do campeonato, entre eles 'O Paulo Barros voltou e a Tijuca ganhou'. Terminada a apuração, a escola recebeu um público três vezes maior do que a capacidade de lotação do local, o que ocasionou um engarrafamento intenso na Avenida Francisco Bicalho. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marquinhos e Giovanna, que estrou na escola com o 'pé quente' estava bastante emocionado.

- A Tijuca precisava ganhar esse carnaval. Aquele lá de cima sabe a hora de cada um e por isso o título só tenha vindo agora. Fico muito feliz em fazer parte dessa família e estar defendendo esse pavilhão nesse momento. É campeã! - discursou a porta-bandeira Giovana.

Na hora em que o troféu chegou na quadra, o público foi ao delírio. A rainha de bateria da escola, Adriane Galisteu, vestida caracterizadamente de 'Pura Cadência' também curtiu a festa. Os coreógrafos da comissão de frente Priscilla Mota e Rodrigo Negri foram levados ao alto como troféu, pelos componentes da Harmonia. A equipe de dançarinos que obtiveram a nota máxima na apuração brindaram o público com a performance nota 50 no centro da quadra.

Paulo Barros foi levado ao palco e foi reverenciado pelos torcedores. Muitos integrantes da escola foram às lágrimas. O presidente Fernando Horta, não discursou e curtiu o resultado com a sua diretoria num camarote restrido à convidados.

Até às 22h, havia um contingente grande de pessoas chegando ao local, pelo visto a festa está longe de acabar.


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Domingo é da Unidos da Tijuca

Domingo é da Unidos da Tijuca
Alberto João, Isaac Ismar, Geissa Evaristo, Guilherme Marques, Rafaella Javoski, Ramiro Costa e Vicente Almeida Carnavalesco 15/02/2010 08:57
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O primeiro dia de desfiles do Grupo Especial tem um dono. O nome dele é Paulo Barros. O carnavalesco da Unidos da Tijuca voltou a ser brilhante, mostrando a ousadia de sempre, mas se preocupando também com o acabamento nos carros alegóricos e nas fantasias. A apresentação da comissão de frente foi o momento mais apoteótico até agora do carnaval carioca. Em segundo plano, Salgueiro e Beija-Flor fizeram desfiles parecidos, no qual prevaleceu o luxo e a elegância e ficou de lado a empolgação. Já a Viradouro, com alegorias e fantasias que não correspondiam à elite do carnaval, decepcionou e corre risco de rebaixamento.

* Eugênio Leal: 'Tijuca é a grande campeã da primeira noite'

Unidos da Tijuca
Destaque com sobra da noite, a Unidos da Tijuca fez um desfile ousado e próximo da perfeição que a credencia ao título. A comissão de frente foi o grande momento do dia. O grupo mostrou truques de "mágica", com movimentos rápidos e precisos. O carnavalesco Paulo Barros surpreendeu. Com um excelente acabamento nos carros, e a criatividade de sempre. A alegoria dos "Jardins Suspensos da Babilônia" foi um exemplo de bom gosto. O samba-enredo, que não era um dos mais comentados no período pré-carnavalesco, cresceu bastante na voz de Bruno Ribas.

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Unidos da Tijuca é a grande campeã da primeira noite do Grupo Especial


Unidos da Tijuca é a grande campeã da primeira noite do Grupo Especial
Eugênio Leal Eugênio Leal 15/02/2010 06:21
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A Unidos da Tijuca foi a grande campeã da noite. O carnavalesco Paulo Barros acertou a mão e fez a diferença. A escola foi a única que conseguiu mexer com o público e causou impacto na avenida. Tecnicamente teve um desempenho muito bom, contando o enredo de forma clara.

Beija-Flor e Salgueiro fizeram um desfile no mesmo nível, porém um degrau abaixo da Unidos da Tijuca. Embora tenham feito uma apresentação de alto nível, elas perderam força diante da Tijuca.

A Viradouro foi decepcionante, em especial nas alegorias e fantasias. A escola demonstrou nível aquém do Grupo Especial e é seriamente candidata ao rebaixamento.

A União da Ilha fez um desfile bem acabado, com história simples, de fácil entendimento, e deve permanecer no Grupo Especial.

Esperava mais da Imperatriz. Acredito que a escola se perdeu na grandiosidade de alguns carros e nas fantasias pesadas, que atrapalharam a evolução. Alas comerciais, com grande presença de gringos também atrapalharam. Além disso, o samba maravilhoso não rendeu o esperado.


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Os segredos da Unidos da Tijuca

Os segredos da Unidos da Tijuca
Alberto João e Laura Machado Carnavalesco 08/02/2010 10:59
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Era segredo. Agora, o SRZD-Carnavalesco vai contar para você algumas novidades sobre o desfile da Unidos da Tijuca no Carnaval 2010. O site teve acesso ao planejamento do carnavalesco Paulo Barros, que promete um grande espetáculo no desfile do Grupo Especial.

Vamos aos segredos tijucanos:

- Em uma alegoria, o pavão, que é o símbolo da Unidos da Tijuca, vai surgir através de efeitos de ilusionismo.

- No carro da biblioteca de Alexandria, o carnavalesco Paulo Barros vai colocar fogo na alegoria. O efeito promete ser incrível.

- Uma cena engraçada será representada em uma alegoria da Unidos da Tijuca. Dentro de uma base militar, Extraterrestres vão tomar banho de sol.

- Outra alegoria tem plantas naturais, como samambaias. O cheiro é forte, mas será a realidade perfeita no desfile da Tijuca.

- Em outra alegoria, o carnavalesco Paulo Barros vai usar uma espécie de gangorra, que vai subir e descer na Avenida, para ajudar o efeito de patinação na evolução do carro.

Nota da Redação: O SRZD-Carnavalesco não quer acabar em nenhum momento com toda magia do trabalho preparado pelo carnavalesco Paulo Barros, que é um craque, e já foi premiado pela equipe do site com o prêmio Estrela do Carnaval. A proposta da matéria é informar para os nossos internautas, pitadas do que vai ser visto e sentido no desfile da Unidos da Tijuca. Por isso, o site optou por colocar em pílulas algumas informações sobre os carros alegóricos e deixou guardado para o desfile oficial diversas novidades, que ainda devem continuar como segredo dentro da escola do Borel.
site SRZD

Fórmula para ser campeã

21.02.10 às 00h12 > Atualizado em 21.02.10 às 01h07.

Fórmula para ser campeã
Unidos da Tijuca inova na administração de sua imagem e finanças e caminha para ser autossustentável. Barracão terá um boteco chique para atrair turistas
POR FABIANA SOBRAL

Rio - O melhor negócio é o ‘Segredo’ ou o segredo é o melhor negócio? A Unidos da Tijuca, pelo visto, encontrou a resposta: apostou no enredo cheio de mistérios e, sem fazer alarde, veio se estruturando na última década para chegar ao tão sonhado campeonato. A escola aluga a quadra para eventos de grandes empresas, fatura com visitas guiadas de turistas ao seu barracão e investe em parcerias que cobrem até 40% do custo de seus desfiles.

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Fernando Horta, presidente da Unidos da Tijuca, planeja concluir reforma da quadra na Zona Portuária até abril para atrair mais público Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia.A modernização no gerenciamento administrativo da agremiação permitiu que todo o Carnaval idealizado por Paulo Barros se transformasse em realidade ao custo de cerca de R$ 8 milhões e, como disse o presidente Fernando Horta, deixasse poucas dívidas.

O título coroa um processo de fortalecimento da marca ‘Tijuca’ por meio de ações que trazem retorno financeiro e de imagem. “O campeonato vai ajudar a escola a crescer um pouco mais. A Tijuca não foi campeã por acaso. Ela vem trabalhando para isso”, explica Horta.

Desde 2000, conta, foi iniciado processo de mudanças na Azul e Amarelo. “Na época, eu disse que bastava de amadorismo. Não dava mais para ‘brincar’. Era ou vai ou fica”, recorda.

Hoje, a escola continua a ter colaboradores. Mas a expectativa é de que eles passem a ser apenas bons amigos do ‘Pavão’. “Estamos batalhando e ainda temos muito pela frente. Mas quero colocar a Tijuca em nível autossustentável, que não dependa de mim nem da colaboração dos amigos. Acho que daqui a mais um ano ou dois, a gente fecha esse ciclo. Quero partir somente para os patrocinadores”, aposta o presidente.

Hoje, os patrocínios da Unidos da Tijuca já respondem por cerca de 30% a 40% do custeio do valor do Carnaval. Mas ações de marketing de relacionamento, parcerias e receitas de quadra e barracão — sim, a fábrica de sonhos também rende dinheiro para a escola — se somam às subvenções e verbas a que a agremiação tem direito por estar no Grupo Especial.

A direção não para de buscar novas fontes de receita. O barracão, onde acontecem visitas guiadas ao preço individual de R$ 50, vai ganhar um boteco chique. “Vamos montar um botequim bacana. Recebemos muitos turistas durante o ano e vamos fazer eventos no barracão”, anuncia Horta. Outra medida é a reforma da quadra da Av. Francisco Bicalho, na Zona Portuária — região que o prefeito Eduardo Paes promete revitalizar. A expectativa é de que a obra acabe em abril.

“Fizemos bons eventos na quadra para grandes empresas, que pagam bem. Então, a ideia é fazer uma reformulação geral no espaço para que possa funcionar o ano todo. O Rio está recebendo muitos turistas e nós temos que aproveitar essa situação da Copa do Mundo e das Olimpíadas”, aposta Horta.

Visitas guiadas e workshops de samba e percussão para atrair turistas

Uma das responsáveis pela modernização da Tijuca é a diretora de Marketing da escola, Fabiana Amorim. Ativa, ela mantém olhos abertos para toda e qualquer chance de bom negócio ou parceria para escola. “A base do marketing é identificar as fraquezas e aí buscar as oportunidades. É o que todos procuramos fazer aqui”, comenta.

De acordo com Fabiana, foi justamente de olho nas tais oportunidades que a Tijuca desenvolveu produtos diferenciados, capazes de agradar a diferentes clientes. Hoje, por exemplo, a escola oferece três tipos de show: de pequeno, médio ou grande porte, com preços médios entre R$ 3 mil e R$ 15 mil.

Outra ação que vem rendendo dividendos é a visita guiada ao barracão. “O turista vai acompanhado de um pesquisador, que detalha e apresenta a escola. E os turistas querem essa imersão, o entendimento”, acredita. Ela explica ainda que, além das visitas guiadas, grandes grupos também podem optar pela participação em workshops de percussão e samba. Por outro precinho, claro.

Recentemente, o barracão recebeu 350 franceses do Orangina Schweppes Group, gigante na área de refrescos. Outro grupo, por exemplo, veio da Alemanha: 80 donos de concessionárias que vendem carros da Skoda Auto, uma subsidiária da Volkswagen.

O site da escola, que recebeu 17 mil acessos num só dia após o campeonato, e a revista anual (100 mil exemplares) ajudam a fortalecer a marca e, claro, estão abertos para venda de anúncios. E campanhas publicitárias com parceiros defendem a marca.

“Aqui também trabalhamos o atendimento ao cliente. É importante que todos entendam que é preciso atender bem”, observa Fabiana. Ela enfatiza, no entanto, que o marketing não tem prioridade sobre o Carnaval, o carro-chefe da casa.

O presidente Fernando Horta destaca que nada se sobrepõe ao desfile da agremiação. “Eu vendo a marca Unidos da Tijuca fazendo um bom Carnaval. Se eu não tiver um bom Carnaval, não adianta de nada ter as outras ações”, ensina ele, que vem investindo nos quesitos.

Boutique na quadra oferece lembranças de preços variados

Inaugurada na temporada do Carnaval de 2010, a boutique da quadra da Avenida Francisco Bicalho atraiu a turma que não dispensa a compra de ‘uma lembrancinha’. Simpática, a lojinha, que ainda oferece café, refrigerante e bebidinhas, atrai os olhares e acaba conquistando o desejo — e o bolso — de admiradores da escola.

“Nossa inspiração é a de clube de futebol. Samba e futebol são sinônimos de paixão”, explica a empresária Paula Valente, que explora o ponto de vendas dividindo a receita com a agremiação. “Queremos criar um identidade tijucana. E tentei ofertar boa faixa de preços para que todos possam levar a marca Tijuca”, diz Paula.

Assim, é possível comprar chaveiro por R$ 10; canecas entre R$ 18 e R$ 20; chinelos por R$ 25; camisetas entre R$ 25 e R$ 50; e até cooler (R$ 300). Ou seja, não é difícil sair da quadra, onde são exibidas as marcas de patrocinadores como Vivo, LG, TAP, e Cintra, sem algo Azul e Amarelo.

O orgulho de carregar algo com a marca do ‘Pavão’, é justamente o mote que Fernando Horta quer cultuar. “A escola tem uma marca sólida de honestidade e credibilidade. E isso é muito importante. É preciso ter transparência para os parceiros. Ninguém quer colocar dinheiro num buraco sem fundo.”, diz ele, que também se volta contra o desperdício. Vai contratar modelista para evitar excesso de gasto de tecidos em fantasias.