quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

OS SEGREDOS... ENTREVISTA COM PAULO BARROS C


25/01 - 12:27 Os segredos bem guardados do criador mais copiado da Sapucaí

Carnavalesco da Unidos da Tijuca, Paulo Barros diz que cria desfiles não apenas para quem quer ver, mas para quem quer participar
Valmir Moratelli, iG Rio de Janeiro

Nunca antes a curiosidade em torno de uma escola de samba fez tanto sentido, como agora, com o enredo “É segredo!”, da Unidos da Tijuca. A expectativa ainda é maior porque o autor da idéia é o polêmico Paulo Barros, talvez o carnavalesco mais criativo da atualidade. O que será que ele inventou desta vez? Desde 2004, quando o carioca criou o emblemático carro alegórico do DNA, com uma surpreendente coreografia humana, a pergunta é recorrente no mundo do samba.

Mesmo ainda não tendo vencido nenhum carnaval no grupo Especial, Barros é copiado pelos colegas desde sua estreia. Mas também é criticado. “As pessoas falam mal a partir do momento que elas também têm que se defender. Há anos o carnaval deu uma virada com o Joãosinho Trinta, achavam que o samba ia acabar... E não acabou. Agora dizem o mesmo de mim”, compara.

A ousadia do carnavalesco não fica só nas coreografias. Paulo já fez alegoria de cabeça para baixo, colocou uma bateria inteira sobre um carro e até levou uma pista de esqui no gelo para a avenida... Dessa vez, ele vai contar a história de grandes mistérios da humanidade, desde lugares lendários e civilizações antigas a códigos da internet. Sobre o que prepara no barracão, Paulo apenas repete o próprio título do enredo e guarda silêncio. Mais não diz. Para manter o suspense, ele não apresentou as fantasias nem para a própria comunidade da escola. A seguir, o papo com o carnavalesco.

"O que eu quero é fazer um desfile para o povo participar", diz Paulo Barros

iG: Você é apontado como o carnavalesco mais criativo da atualidade, o que faz do seus desfile um dos mais aguardados da Sapucaí. Qual é a desvantagem de estar no centro das atenções?
Paulo Barros: Não vejo como desvantagem, fico é lisonjeado. Não procuro pensar muito na ansiedade que os outros criam no meu desfile.

iG: Você ainda não conquistou nenhum título. As pessoas e, claro, os jurados de carnaval, estão preparados para as inovações que você propõe aos desfiles?
PB: Essa é uma pergunta que você deveria fazer para eles, para os jurados. Eu faço carnaval para as pessoas que estão esperando algo diferente. Quem paga ingresso não quer apenas ver um espetáculo, mas também participar. Não basta ir e achar tudo bonito, mas se divertir.

iG: Quem seriam os seus maiores críticos?
PB: Outros carnavalescos e os que se dizem críticos do carnaval. Agora, olha que curioso. Apesar de me criticarem, a coisa se alastrou e todo mundo faz igual hoje em dia. A Cidade do Samba virou um centro de guerra de coreografias. Se vier à noite aos barracões, vai ver que está todo mundo ensaiando algum passinho para as alas.

iG: Ser copiado te irrita?
PB: Não me irrito, de forma alguma. A coreografia no carnaval começou nos anos 70, no Salgueiro. Colocaram um minueto dentro de uma escola de samba. Eu implantei a maneira e a forma, é isso que é diferente. Todo mundo fala mal, mas quer fazer igual. Só acho que elas deveriam procurar o jeito delas de fazer, ao invés de apenas copiar.

iG: E o que acha de quem te critica dizendo que samba não combina com coreografias?
PB: Elas se defendem da mesmice atacando. Mas coreografia existe há décadas. Toda ala de africanos vinha com dancinha. É igual à dança dos indianos, que o Casseta & Planeta parodiava muito bem. Muda o ritmo e a dança continua a mesma? Coisa mais chata.

iG: Falta ousadia ao carnaval carioca?
PB: Não sei se falta ousadia. Trabalho fazendo o meu, não me preocupo se o outro está fazendo diferente. O que eu quero é fazer um desfile para o povo participar e se divertir, para que tenha tesão de assistir. Cada um procura o seu caminho. Não queiram me sentenciar como o culpado pela revolução.

iG: Faria um carnaval em São Paulo?
PB: Já tive alguns convites, mas não posso fazer. Vivo dentro de um barracão. Chego cedo e saio tarde. Gosto de ter domínio total do meu projeto, que é um desfile muito especifico. Tenho que ter domínio interno de todo o processo e não conseguiria isso trabalhando em dois lugares.

iG: Gosta da fama de pretensioso?
PB: As pessoas me chamam de pretensioso, e eu sou mesmo. Mas pretensão no sentido de querer que as coisas aconteçam. Ser pretensioso tem seu lado pejorativo e seu lado bom. Tenho pretensão de ter comprometimento com que minhas ideias aconteçam. Se não for assim, prefiro não trabalhar.

iG: A Grande Rio irá homenagear os grandes desfiles da Sapucaí, incluindo o seu carro do DNA, que fez sucesso na Unidos da Tijuca, em 2004. O que acha de ser lembrado como um dos marcos do carnaval do Rio?
PB: Nunca esperei ter esse tipo de homenagem. Você trabalha e procura seu espaço. É lógico que a gente pensa em ter reconhecimento. E à medida que a gente vê isso se concretizar, fico feliz. Não sei a forma com que eles vão fazer o carro do DNA. Acho bem-vindo. As pessoas gostam.

iG: Bateria sobre um carro, alegoria de cabeça para baixo, carro feito de chupetas... Qual foi sua maior ousadia até hoje?
PB: Não considero nada disso ousadias, considero como coisas “diferentes”. Essas coisas requerem alguma dificuldade. São pensadas e elaboradas... Isso me dá um diferencial. Dentro disso, o mais dificultoso foi a pista de esqui (abre-alas da Viradouro, em 2008). Eu não larguei do carro nem um minuto, havia um manual técnico de montagem, que só eu sabia. Se alguma coisa fosse montada em ordem contrária, ele não daria certo.

iG: Por que você escolheu falar sobre “segredo” no carnaval desse ano?
PB: Foi uma sugestão que me mandaram pelo Orkut. O único cuidado que eu tenho é ter a compreensão das pessoas pra que elas não fiquem fuxicando e atrapalhando as surpresas que a gente está preparando. É muito chato você se preocupar com toda essa logística e descobrirem tudo antes do previsto.

iG: Conte-nos um segredo da Tijuca.
PB: Segredo a gente não conta, a gente esconde até o último minuto (risos). O segredo é simples: a comunidade se conscientizar de que precisa fazer um grande espetáculo para ganhar o carnaval.

8 comentários:

  1. Parabenizo-lós, a Tijuca pela apresentação da Festa Oculta e não clandestina proporcionada para o Planeta Terra e em especial aos nossos Trilhões de Seres Humanos Brasileiros tão Sonhadores. Considerando a ousadia do Senhor Carnavalesco Paulo Barros(PB), e do vale Tudo ou Nada, estamos torcendo pela a conquista do Titulo de 2010, neste caso for conferido, será uma grande injustiça. Mas vamos a Avante, Camaradas !!
    Gostaria de apresentar minha letra para analise ( Hã, Consciências Ambiental ) E
    E- Mail: jpmarinha@yahoo.com.br

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  2. Parabéns Paulo Barros!
    Parabens Unido da Tijuca por abrilhantar a Sapucaí!

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  3. Paulo, parabéns pelo lindo carnaval que você e a Tijuca apresentaram na avenida! Eu assiti ao desfile pela internet e mesmo com site travando, resolução de imagem mediana, vocês conseguiram me emocionar na noite de -20ºC de Montreal (Canadá). Simplesmente magnífico!
    Vibrei com a apuração! Vitória mais que merecida.

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  4. MARAVILHOSO.ME EMOCIONEI DO COMEÇO AO FIM. UM ESPETÁCULO. VITÓRIA MAIS DO QUE MERECIDA

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  5. vitória merecida,beijos de uma curitibana apaixonada por esta escola

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  6. gostaria de ter o email de paulo barros podem me manadar ele e um cara de +++++++++++++++++==== agradeco..meu pra ele e luizborges70@hotmail.com sou de teresina piaui

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  7. ñ achei serto a beija flor ter levado o titolo ñ ten criatividade.. foi feioo... ae paulo barros vc é o cara o titolo era pra ser seu vc ten a criatividade do carnaval esse ano vc arebento
    a unidos da tijuca foi a ++++ bonitaa
    um abraço meu emeio jogatinho_sms@yahoo.com

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  8. ai paulo pro ano que vem se o mundo nao acabar em 2012 vc podia falar desse tema ate por que essa nao e a primeira nem a ultima vez que o mundo acabou.

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