sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Jardineiros fiéis deram vida ao carro da Tijuca


20.02.10 às 01h58
Jardineiros fiéis deram vida ao carro da Tijuca
Casal de paisagistas cuidou das 5 mil plantas que adornaram a alegoria ‘Jardins Suspensos da Babilônia’ no enredo criado pelo carnavalesco Paulo Barros para a escola
POR NATALIA VON KORSCH
Rio - Conhecido como o pai das alegorias humanas, Paulo Barros bem que poderia ter o título ampliado, depois deste Carnaval, para pai das alegorias vivas. Afinal, o carro ‘Jardins Suspensos da Babilônia’ inovou na Avenida ao levar 5 mil plantas de verdade em sua estrutura. Mas, se foi do carnavalesco da Unidos da Tijuca a ideia de rechear o carro com vida, a responsabilidade de decorá-lo, selecionar e cuidar das plantas foi do casal de paisagistas Renato e Ana Magalhães.


Paisagistas Renato e Ana são os responsáveis pela escolha e pelo cuidado com as 5 mil plantas naturais Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia
Donos de dois quiosques de flores na Zona Sul do Rio e de uma empresa que faz paisagismo em eventos, os dois estrearam no Carnaval com o pé direito e a bênção do mago. “Eu sou o pai do carro, mas quem cuida do ‘bebê’ são eles, que desde o primeiro dia dão carinho, água e todo cuidado necessário para manter as plantas vivas e bonitas”, disse Paulo. Na madrugada deste domingo, após o desfile da escola do Borel, dois caminhões sairão diretamente da Sapucaí carregando todas as plantas. Um seguirá para os quiosques do casal, outro será doado para moradores da comunidade.

As 18 espécies que serão vistas hoje novamente na Avenida foram selecionadas pessoalmente pelo casal, que percorreu o País para encontrá-las. São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul são alguns dos estados originais das plantas. Entre os critérios de seleção, além da beleza, estava a força da planta para resistir ao calor de mais de 40 graus do barracão durante os 15 dias em que permaneceriam lá. Todos os dias, pelo menos 14 pessoas eram destacadas para a Cidade do Samba para regá-las, em operação que gastava mais de dois mil litros de água por dia, e levar as flores que necessitassem de sol para fora.
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Mas a maior dificuldade foi no dia do desfile, quando o carro só ficou pronto após a queima de fogos anunciando o início do espetáculo. Por causa da altura de algumas espécies que ficam no terceiro andar da alegoria, elas tiveram de ser colocadas depois de o carro passar pelo viaduto da Avenida Presidente Vargas. “Nós estamos acostumados a fazer festas de 15 anos, casamentos, bodas. Nunca tínhamos feito um trabalho desse porte. Foi muito sacrificante, um desafio enorme, mas valeu a pena quando vimos a cara de espanto do público no Sambódromo, de queixo caído com tamanha beleza”, disse Ana. O maridão confirma o sentimento de dever cumprido: “Nós não apenas estreamos com o pé direito no Carnaval, mas também entramos para a História”.
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