sábado, 26 de dezembro de 2009

SHOW DA TIJUCA NA MARQUÊS DE SAPUCAÍ

Geissa Evaristo, Rafael Lemos e Ramiro Costa Carnavalesco 21/12/2009 03:15
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A Unidos da Tijuca fechou brilhantemente o último fim de semana de ensaios técnicos no Sambódromo em 2009. Diante de um público de 25 mil pessoas, o maior registrado até o momento nesta temporada, a agremiação do Borel foi perfeita em todos os quesitos passíveis de avaliação num treino como este. Foram 2,2 mil componentes presentes.

* Fotos do ensaio

O canto da escola, o desempenho dos ritmistas, a evolução dos componentes, a performance do casal de mestre-sala e porta-bandeira, tudo enfim, pode-se resumir em organização, competência e alegria. Foi exatamente o que se viu na Marquês de Sapucaí neste domingo. A forma compacta e ordeira como as alas estavam dispostas trazia a impressão digital do diretor de carnaval Ricardo Fernandes. No entanto, o mérito dos componentes está justamente em ter conseguido se adequar a este estilo sem perder a empolgação, a vibração e a espontaneidade.

Vídeo do ensaio:
Ricardo Fernandes, diretor de carnaval, explicou os motivos do bom ensaio tijucano. - É segredo (risos). Eu acho que o componente sente quando a gente faz as coisas com carinho, sente o clima bom da escola. A Tijuca está vivendo uma excelente fase. Nós também nos doamos muito para isso acontecer e acaba refletindo num bom ensaio - conta Ricardo Fernandes, enquanto era cumprimentado por diretores de harmonia e alguns segmentos da escola.

Mesmo com a responsabilidade de se apresentar logo depois da sempre temida e respeitada Beija-Flor, a Tijuca mostrou que, na maioria dos quesitos, está pronta para voltar a brigar pelo título. O mistério fica apenas por conta dos quesitos que estão nas mãos do carnavalesco Paulo Barros. Sempre imprevisível, quando perguntado sobre o que está preparando para 2010, ele gosta de se refugiar no título do enredo: "É segredo!". A única coisa que Barros não esconde é que está mais do que satisfeito com o chão da escola.

A boa apresentação da Tijuca começou com a comissão de frente, que apesar de ter exibido uma coreografia diferente da oficial, mostrou o entrosamento de sempre e não preocupa. A seguir, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marquinhos e Geovanna, deu um show à parte. Cria da Estação Primeira de Mangueira, os dois entraram confiantes, optando por treinar já com o peso das fantasias. E mostraram segurança nos movimentos, além de cantarem o samba e transmitirem bastante alegria.

- A Mangueira tem o peso de uma escola de tradição e a Tijuca está na busca pelo seu título. Fomos muito bem recebidos na escola e a Mangueira não nos perdeu, nem a Tijuca nos ganhou. Quem ganha é o carnaval. Estamos todos muito unidos. Ensaiamos cinco vezes por semana e isso é fundamental para se chegar na Avenida e fazer bonito. Sobre a fantasia... É segredo, não conto a ninguém - brincou o mestre-sala.

Já a bateria do mestre Casagrande aproveitou o ensaio para ousar, com convenções e uma longa paradinha, durante todo o refrão principal, bem diante da nova cabine de julgadores - a terceira. Pelo metrônomo do SRZD-Carnavalesco, a bateria começou com 148 batidas por minuto, caiu para 146 no Setor 7 das arquibancadas e chegou aos 147 no segundo recuo. Casagrande comentou sobre a atuação dos ritmistas. - Ao todo, eu quero levar à Avenida quatro convenções. Hoje ainda sinto uma insegurança em uma delas, quando tem a parte do samba "cuidado, o que se vê pode não ser... Será?" Nós fazemos uma convenção com os tamborins e eles retomam junto com todos os instrumentos. Acho que precisamos aperfeiçoar. Mas também, eu tive chuva nos últimos ensaios na Venezuela. Atrapalhou um pouco nosso planejamento - explicou o mestre.

Casagrande aproveitou para falar sobre o período no comando da bateria. - Hoje me sinto mais seguro. Não tem jeito, por mais que eu já fosse da bateria da escola, quando você tem uma mudança de mestre sempre há aquela desconfiança. Isso é normal e é com o tempo que nós conseguimos adquirir essa segurança.

A rainha de bateria, Adriane Galisteu, participou do ensaio, sambou e mostrou que está com a música na ponta da língua. Ela disse estar muito feliz por novamente desfilar à frente da bateria da Tijuca e avisou que a fantasia era igual ao enredo, ou seja, segredo.

Por último, mas não menos importante, vamos ao samba-enredo. Ele passou muito bem, sendo veementemente cantado desde a primeira até a última ala. Baianas, bateria, comisssão de frente e público, todos entoaram com empolgação o hino que a escola levará para a Avenida no ano que vem. O intérprete Bruno Ribas e o conjunto de cantores auxiliares souberam conduzir com maestria a obra. Em algumas partes da pista, o coro dos componentes tijucanos estava tão forte que não era possível nem ouvir o carro de som. Foi um sacode da Unidos da Tijuca para fechar com chave de ouro o ano de 2009 dos sambistas.

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