domingo, 28 de fevereiro de 2010

A Sapucaí do futuro, para um jovem carnavalesco


20.02.10 às 23h44.

A Sapucaí do futuro, para um jovem carnavalesco
Dono da ideia que inspirou Paulo Barros a criar o enredo vencedor da Unidos da Tijuca, Vinícius Ferraz já desenha e sonha com formas de encantar o público na Avenida

Rio - Como será o amanhã? Responda quem puder sobre o futuro do Carnaval. A imaginação dos carnavalescos, que ousam na elaboração dos enredos abusando da tecnologia, abre alas para uma questão intrigante: como serão os desfiles das escolas de samba nas próximas décadas? As respostas podem estar na cabeça de gente que vai fazer o Carnaval no futuro, mas que já interfere com sucesso no presente.

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Vinícius, ‘sócio’ de Paulo Barros, quer ser carnavalesco e mostra alguns dos figurinos que projetou Foto: Deisi Rezende / Agência O Dia.Dono da ideia — enviada pelo Orkut — que deu o campeonato deste ano à Tijuca, o estudante Vinícius Ferraz, 15 anos, é um entusiasta dos futuros carnavais. Não é para menos. O lugar onde ele deseja estar, daqui a 15 anos, é um barracão, para pôr o talento a serviço da fábrica de ilusões.

“Os desfiles serão altamente tecnológicos e quero usar isso como carnavalesco”, diz o jovem, que já coleciona em sua casa, em Niterói, croquis de alegorias e fantasias que criou, algumas já com detalhes hi-tech, apesar de o futuro artista da folia preferir temas históricos. “Daqui a uns cinco anos os carros de todas as escolas já deverão ter só lâmpadas LED. Consomem menos energia e não poluem. É a solução ecológica que todos vão querer”, aposta.

Campeão com a dica de Vinicius e apontado por muitos como revolucionário, Paulo Barros diz que a tecnologia será aliada importante, principalmente para dar soluções mais eficientes aos movimentos das alegorias. “Mas não aposto em muitas mudanças nas escolas para a modernidade, mas para a diversidade”, pondera Barros, que enxerga até a possibilidade de um dia a vibração nas arquibancadas ser julgada para dar ou tirar pontos. “Só não sei de que forma esse quesito seria acrescentado”.



O historiador Marcos Roza, que neste ano trabalhou pesquisando os enredos da Mangueira e Imperatriz, tem dois temores com os carnavais do futuro: o ritmo acelerado das baterias e a “robotização” das alas, imposta pelo rigor excessivo dos diretores de harmonia. “As pessoas estão marchando sem liberdade pro samba no pé. E não conseguimos mais ouvir todos os instrumentos, tem que haver um limite máximo dos batimentos por minuto da bateria. O regulamento de quem organiza o Carnaval precisa ser modificado para corrigir essas questões”, frisa.


fonte: site o dia na folia

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